
Morando em harmonia com o meio ambiente
(ou pelo menos o respeitando um pouco mais…)
O termo Feng Shui, de origem Chinesa, representa Vento e Água (respectivamente yang e yin). Juntos, simbolizam o balanço entre as forças necessárias para conservar as influências positivas que se fazem presentes em nossos lares. Essas “influências positivas” são formadas por “energias” invisíveis aos olhos, mas presentes de alguma forma (caso contrário reclamaríamos delas, positivas ou não, se passassem na frente da TV bem no meio daquele emocionante capítulo da novela das 20:00!). Enfim, independentemente da “materialidade” das influências positivas construídas com o Feng Shui, se você chegou até aqui é porque acredita que elas existem de uma forma ou outra e, portanto, lhe são importantes.
Ora, se o Feng Shui lida com as energias invisíveis, organizando e mantendo aquelas positivas em detrimento às negativas, morar em paz com o meio ambiente também gera energias positivas. Independentemente da cor da parede ou do lugar onde se coloca um vaso, somos todos parte de um grande Feng Shui: a Terra, nossa grande -e única- casa. E vamos ser francos: nossa casa está com sérios problemas! Estamos tratando-a como se não houvesse amanhã.
Estamos causando irreparáveis perdas de florestas, extinção em massa de espécies à velocidades jamais vistas, estamos deteriorando a qualidade da água e do ar que nós mesmos respiramos, consumimos exacerbadamente os recursos naturais e, claro, provocamos as mudanças climáticas. Talvez seja este último o melhor representante dos problemas ambientais mundiais justamente por sua enorme complexidade – englobando todos os aspectos fundamentais da interação do homem com seu meio.
Frente à esse turvo mar de problemas as pequenas atitudes individuais parecem até infantis, e por muitas vezes não as tomamos por acharmos que de nada adiantam. Muito pelo contrário! Se todos praticarmos nosso Feng Shui ambiental, o efeito multiplicador de todas essas pequenas atitudes acabam por refletir nossos maiores hábitos, adentrando no “sistema” e fazendo-o girar diferente.
Imaginem somar as economias de água e de luz de todo um edifício: certamente chegaremos em números expressivos quando comparados às economias de um único apartamento. Agora façamos a conta para um bairro, depois para uma cidade, depois para o estado, para vários estados, para países e por fim continentes… essas são nossas maiores chances de resolvermos os grandes problemas ambientais.
Delegações de mais de 160 países estão reunidos em Cancún, México, sob a auspicia das Nações Unidas, para decidir os rumos das políticas globais para redução das emissões de gases de efeito estufa. Quando lemos nos jornais que, não obstante as pompas e circunstâncias, dessa reunião não saiu nenhum acordo, ficamos chateados e até revoltados. Mas… e aquela TV que passa o dia ligada sem ninguém a ver? Ela demanda energia, que vem de “algum lugar”. E quando abastecemos nossos carros flex com gasolina para economizarmos 3 reais? Essa emissão poderia ter sido evitada. E quando embrulhamos os presentes de natal em dois, três ou até quatro embalagens? A produção de plástico é baseada em petróleo…
Para morarmos em harmonia com o meio ambiente – praticando o Feng Shui Ambiental – precisamos revisitar alguns de nossos hábitos. À título de exemplo, tomemos a energia elétrica: insumo básico para praticamente qualquer tipo de serviço e indústria. Em 2001 o Brasil passou muito próximo da racionalização forçada de energia (o famoso apagão). Salvo em algumas regiões, o racionamento forçado foi evitado devido à economia gerada pelo uso mais racional e sem desperdício da energia – fortes campanhas de conscientização fizeram com que o país não precisasse parar. Infelizmente, junto com as chuvas que trouxeram o fim do racionamento, vieram novamente os desperdícios de energia.
A produção de um 1 mega de energia elétrica necessita de um longo prazo de planejamento e um elevado investimento financeiro. Além disso, por mais que nossas fontes energéticas sejam renováveis (hídricas em sua maioria), elas causam sim um significativo impacto ao meio ambiente através da modificação da vazão e característica dos rios, alagamento de áreas (muitas delas com florestas nativas), interrompem corredores de biodiversidade, entre outros impactos geológicos e afins, sem nem entrar na seara dos diversos impactos sociais pelos reassentamentos involuntários.
Alguns posts trarão mais sobre o consumo consciente, seu real significado, poder de mudanças e grau de abrangência.
Não tem jeito: a construção da sustentabilidade passa por todos nós. Vamos lá?